Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor

23 de abril foi instituído pela Unesco como o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor. Começou por ser comemorado em Espanha, por ser o dia da morte de Cervantes em 1616.

Para comemorarmos este dia deixo esta sugestão de uma viagem divertida e, como não podia deixar de ser, cheia de reflexões. Boa viagem!

viagem do elelfante

‘Epithalamium’ de Fernando Pessoa

Epitalâmio.

Epitalâmio (do grego epithalámion – epi, sobre + thalamium, o tálamo, ou quarto nupcial), é um cântico nupcial de natureza religiosa, destinado a reivindicar para os noivos a bênção dos deuses, em especial de Himeneu, a divindade protetora dos enlaces matrimoniais.

ERNESTINA

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ERNESTINA é uma romance autobiográfico que nos faz uma visita ao Portugal da 1º metade do sec. XX. Escrito sem rodriguinhos de linguagem, usando as palavras onde são necessárias, com simplicidade, conta-nos as memórias do autor, Rentes de Carvalho. Para quem não conhece este jovem autor português de 80 anos, recomendo ERNESTINA como início de uma paixão certa pela sua escrita.

“Teimosa, desastrada, desobediente, repontona, com queda para transformar em calamidade as coisas simples – um dia à janela deixou escapar das mãos uma jarra de vidro que por pouco ia ferindo um vizinho, doutra vez pegou fogo à casa, a brincar com uma faca cortou a boca até à bochecha – Ernestina tornou-se no seio da família uma espécie de risco permanente.”

A arte de fazer amigos

oscarWilde

“Os meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter um brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho os meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também a sua maior alegria. Amigos que não riem juntos, não sabem sofrer juntos. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.”

Oscar Wilde

Leituras: Viagem por África

paul terouxPaul Theroux

«Meus senhores e minhas senhoras, bem-vindos ao estranho mundo das viagens por África. Estranho, porque feito de imprevistos e desenrascanços – bem ao gosto português – e de encontros inesperados com pessoas surpreendentes. O autor, um jornalista americano – o que lhe dificulta a viagem nuns caminhos e facilita noutros – propõe-se atravessar o continente africano de Norte a Sul, por terra. Opta pela via terrestre, para lhe dar tempo de ir entranhando o estranho, e deixando-se ser por sua vez assimilado pela terra que o recebe – o deserto, a poeira, o rio castanho, o sol vermelho. Não quer ser turista, quer ser viajante. Um diário de uma viagem com quase 600 páginas tem de ser interessante para ser explorado. E este vale a pena. A acção é a aventura da viagem em si e a descrição de tudo o que chega aos cinco sentidos do viajante e daqueles com quem se cruza. O autor acompanha a sua própria perspectiva com a de outros viajantes que encontra e de figuras famosas (Flaubert, Conrad), a dos homens invasores (turistas e militares) e a dos homens visitados. Nesta viagem ao coração das trevas, Paul Theroux faz uma viagem ao seu próprio coração e convida-nos a explorar esse destino, o mais imprevisível do planeta.»
Ana Vaz Pinto

As substituições podem ter o seu encanto

Esta semana encontrei-me, numa substituição, com um grupo de alunos e alunas admiráveis, do 11º ano, opção Literatura. Perante potenciais homens e mulheres da cultura, optei por conversar sobre livros, filmes e outros assuntos que julguei interessantes para os alunos da ‘elite’ cultural da ESAG. Vagueamos pelo romance do séc XX, James Joice, Virginia Woolf, e os filmes de Lars Van Trier. Como apêndice, falámos do significado da palavra ‘sufragista’ e do dia internacional da mulher, e como surgiu. Fiquei deveras entusiasmado com a ‘bagagem’ cultural de alguns alunos, e mais confiante nas novas gerações dos nossos alunos. Foi para mim uma “substituição” inesquecível. De facto, eles ativaram uma vez mais a minha criatividade. É neste sentido, que lhes dedico a imagem que se segue, com a expectativa de os reencontrar.

“Depois da leitura…vem o sonho”

Depois da leitura...vem o sonho.